“Quando comecei minha
missão, estava inteiramente consciente de que eu era o único com o supremo
conhecimento dos segredos da criação e da existência em si. Portanto, podia
dizer com perfeita confiança: Ninguém além de mim “viu” o “Pai”. Eu sabia que
tudo em que os homens sinceramente acreditavam era falso – irreal. Sabia que eu
havia sido especialmente moldado e projetado pelo “Pai” para esta missão. Eu havia
sido abençoado abundantemente com a energia física, a vitalidade para falar e a
capacidade de conceber parábolas significativas para transmitir a mensagem com
sucesso e de uma forma que nunca seria esquecida.
“Além disso, eu
compreendia os meus companheiros muito bem, devido à longa associação que tinha
com eles. Conhecia suas esperanças mais profundas, seus medos mais desesperados,
sabia o que os fazia rir e o que os induzia a zombar e a escarnecer dos ricos e
pretensiosos. Sabia também a que ponto os velhos e jovens sofriam silenciosa e corajosamente.
Experimentava profunda compaixão pela população que vivia com medo, suportando
o chicote verbal dos Fariseus e se inclinando diante das leis fiscais dos Romanos.
Sabia como seu orgulhoso espírito Judeu havia sido ferido pelos gentios conquistadores,
a quem foram obrigados a honrar com cumprimentos verbais, de mão e de joelho,
mas a quem desprezavam por trás das portas fechadas. Conhecia e compreendia completamente
a vida e o pensamento do povo. Eu já havia pensado seus pensamentos, sentido
seus ressentimentos, sofrido suas ansiedades em tempos de privações e me
sentido impotente nas garras do governo Romano.
“E agora sabia que
nada desse sofrimento era realmente necessário. Conhecendo, como eu conhecia, a
Realidade da existência, a Realidade do “Deus” Universal, eu podia claramente
perceber a insensatez das autoridades Judias, que impunham sobre a população uma
penosa forma de vida que era completamente errônea e em total contradição com a
Verdade do Ser. Esta situação me causava profunda irritação.
“Em consequência,
sabia que havia sido perfeitamente moldado e afinado para tornar-me instrumento
purificado da Ação Divina na Palestina, dirigido por minha paixão pela VERDADE
e compaixão pelo próximo. Por isso eu me chamei “Filho do Homem” – porque sabia
exatamente o que a humanidade enfrentava em sua vida cotidiana.
“Além disso, eu tinha
plena confiança de que poderia alcançar meu objetivo de levar a Verdade às
pessoas e assim ser instrumento de mudança na qualidade de suas vidas. Por este
motivo, ainda que eu soubesse desde o início de minha missão que haveria um
preço a pagar por tudo o que me propus a fazer – virar de ponta cabeça e pelo
avesso o mundo conhecido dos Judeus – estava preparado para enfrentar e passar
por isso. Não poderia escapar, porque amava as pessoas com o AMOR do “Pai” que
fluía do meu coração e ser. Pois o “Pai” AMOR é a essência do DAR – dando-se
Ele mesmo no ser e existência visíveis, no crescimento, proteção, nutrição,
cura e satisfação de todas as necessidades da criação tornada visível.
“Eu sabia que era o presente de salvação do “Pai” para as
pessoas, – para o mundo – e, NÃO – como eles supuseram e ensinaram durante
séculos – a salvação do castigo imposto aos “pecadores” por um Deus irado – MAS
para salvar as pessoas da repetição diária dos mesmos enganos do pensamento errôneo,
pensamento esse que criou seus infortúnios, pobreza, doença e miséria.
“Porque amava tão profundamente a raça humana, eu estava
preparado para ensinar e curar, desafiando os Sacerdotes Judeus. Estava
disposto a morrer na cruz pelo que verdadeiramente tinha “visto” no deserto,
conhecia com todo o meu coração e queria compartilhar até a última gota de
minha capacidade para fazê-lo.
“ESTA É A VERDADE SOBRE A MINHA CRUCIFICAÇÃO E TODO O
RESTO QUE VOCÊ OUVIU SÃO SUPOSIÇÕES HUMANAS DECORRENTES DA PRÁTICA JUDAICA DE
OFERECER SACRIFÍCIOS NO TEMPLO.”
FONTE: CARTAS DE CRISTO. Carta 2, p. 13-14.
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