“Almas
vazias nunca bebem grandes pensamentos para mudar o mundo para melhor. Só bebem
esses pensamentos para encherem suas almas vazias. Nada se fará contra a
miséria. Elas honram, quando não matam, seus grandes sábios e profetas, não
porque melhorem sua sorte, mas pela ESPERANÇA com que aquecem suas almas frias
e estéreis.
Nunca apontarão o dedo para a peste que devasta a terra e suas próprias vidas. Acusam o tirano, mas não o povo que torna o tirano poderoso. Acusam os legisladores, mas não o povo que, instalado em seu eterno imobilismo, torna possíveis as más leis. Condenarão a usura, mas nada farão para acabar com ela. Por que se aborrecer? Aplaudirão Cristo por atacar os mercadores, mas eles mesmos passaram por suas portas e nunca disseram uma palavra.”
Nunca apontarão o dedo para a peste que devasta a terra e suas próprias vidas. Acusam o tirano, mas não o povo que torna o tirano poderoso. Acusam os legisladores, mas não o povo que, instalado em seu eterno imobilismo, torna possíveis as más leis. Condenarão a usura, mas nada farão para acabar com ela. Por que se aborrecer? Aplaudirão Cristo por atacar os mercadores, mas eles mesmos passaram por suas portas e nunca disseram uma palavra.”
“A
multidão espalhou seus mantos na rua, alguns cortaram ramos e os puseram no
caminho de Cristo para Jerusalém. E a multidão gritava: “Hosana ao filho de
David! Bendito seja o que vem em nome do Senhor! Hosana nas Alturas!”. E quando
Cristo tomar a estrada do Gólgota, nenhum virá cantar Hosana nas Alturas. POR
QUÊ? POR QUÊ, em nome dos céus, é assim e por quê, em nome do Demônio, ninguém
nunca mencionou ou apontou essa discrepância? Porque o povo gritará Hosana nas
Alturas e simplesmente virará as costas quando a vítima dos gritos de Hosana estiver
no chão de joelhos.”
(*)
REICH, Wilhelm Reich. O assassinato de
Cristo. Volume um de A peste emocional da humanidade. 5ª Ed. São Paulo. Martins Fontes, 1999, p.
110-1.