“A ficha caiu” — hoje a lição não veio do meu
pai, mas da minha mãe!
A velha Maria nunca “ditou regras” em minha
vida.
Quando — velho, casado, separado, pai de dois
filhos — eu sentava na sua frente e falava de minhas dúvidas, ela apenas ouvia
de forma amorosa e compassiva (coisas que os pais de hoje não sabem fazer!).
Quando muito, confessava sua ignorância com
relação ao assunto ou dizia: “rezo para que Deus faça o melhor para você”.
Ela sabia — não sei como, pois nunca a vi lendo
nada! – coisas importantes.
Sabia (mas não falava) que, na maioria das
vezes, gostamos de ditar regras na vida das pessoas — principalmente de nossos
filhos. Talvez porque isso “massageia” nossos egos e ajuda a nos esquecermos
das nossas vidas e acalmarmos a consciência (“cansei de avisar”).
A velha Maria sabia — não sei como! — que ninguém
pode educar ninguém. “Alguém só pode educar-se a si mesmo”, como ensinam
Huberto Rohden e Carl Rogers. A transformação tem que acontecer “de dentro para
fora”!
Mas não era só isso: a velha Maria tinha algo
mais. Algo que todos temos, mas não sabemos ou não “vivenciamos”. Ela “sentia”
que, como escreveu São Paulo, que o Espírito de Deus habitava nela (1COR 3,16) e
que Jesus Cristo estava nela (2COR 13,5).