Há muitos anos, observo que o NATAL é sempre o mesmo, basicamente festas e presentes. E também mensagens, desejos, pedidos e orações decoradas e repetidas de forma mecânica. Nunca vi ninguém refletindo seriamente sobre o Aniversariante. Talvez todo mundo saiba tudo sobre os ensinamentos de Jesus ou entende que o catecismo da infância nos basta para entrar no Reino de Deus aqui agora ou depois da morte.
Comecei o dia lendo Krishnamurti. Referia-se a
consciência, religião, medo e outras coisas realmente importantes de nossas
vidas, mas que raramente discutimos e, quando discutimos, é em festas, bares ou
encontros emoldurados por condicionamentos religiosos.
Raramente se discutem tais temas de mente
aberta e de forma objetiva. As pessoas têm medo de discutir coisas que envolvem
Deus, Jesus e Cristo. A crença de que “Deus castiga” está fortemente
introjetada na mente inconsciente das pessoas e, apesar de ser uma crença
errônea e absurda, continua a ser introduzida na cabecinha de nossas crianças.
A propósito, quase todos entendem que Deus, Jesus e Cristo é tudo a mesma
coisa.
Para Krishnamurti não existe uma consciência
individual. Todos participamos de uma consciência global. Ele argumenta que
todo ser humano — seja cristão, mulçumano, europeu ou indiano — pensa. Ninguém
consegue parar de pensar nem de ter medo e raiva. Portanto somos iguais.
Estamos todos no mesmo barco!
Como nossa mente funciona por associação, me
veio à mente o que Fritjof Capra escreveu referindo-se à Física Quântica: “quando
penetramos na matéria, a natureza não nos mostra quaisquer elementos básicos
isolados, mas apresenta-se como uma teia complicada de relações entre as várias
partes de um TODO UNIFICADO”.
Nesse momento, caiu a ficha: o TODO UNIFICADO
da Física Quântica é Deus? Por isso Jesus disse “o Pai e eu somos UM”? Será que
Jesus nos recomendou “amar o próximo como a si mesmo” porque Ele sabia que não
existe nada isolado no universo? Estamos juntos e misturados, inclusive no que
se refere ao conflito entre israelenses e palestinos ou naquela briguinha de
família ou de vizinhos? Apesar de “a paz seja convosco” ecoar diariamente nas
igrejas do mundo?
(KRISHNAMURTI, Jiddu. A mente imensurável. Editora Teosófica, 2019)
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